1º METAL DESTRUCTION - Resenhado pelo TRINCHEIRA

Primeiro Metal Destruction, esse foi o nome adotado para o festival que aconteceu no ultimo dia 13 na cidade de Boquim-SE. Boquim fica a mais ou menos 80 km da capital sergipana. E com muita dedicação e estratégia os organizadores do festival conseguiram fazer com que Bangers de todas as regiões marcassem presença. A galera compareceu em peso e com muita vontade de bater cabeça. No evento que de longe se tornou um marco no que diz respeito ao interior. Como citado anteriormente à organização fez de tudo para que tudo corresse na maior tranquilidade e nos conformes. Uma coisa que chamou bastante atenção foi à atenção dos organizadores para com tudo e com todos. As bandas tiveram um local “reservado”, para eles, para supostas entrevistas e fotos com a imprensa e com os fãs. E nós da imprensa fomos tratados com muito respeito também. Só temos que agradecer. Toda essa preocupação com o bem estar geral do festival só me vem na cabeça uma coisa; “Por que diabos a capital anda tão parada, porque não existem mais, “Jr’s. Kaveira”, “Helber’s”, “Lucian’s”, “Plinio’s” e etc.; por ai?” Por onde andam os caras que na época lutavam pela cena da nossa capital? Será que agora apenas eventos que trazem “milhões de bandas ocas e sem fundamento”, pelo fato dessa ser mais uma banda que esta “tentando” decolar, ou eventos que premiam o melhor “cover” é que vale a pena? Bons músicos estão totalmente dispersos e na ilusão de ganhar prêmios em eventos desse tipo, estão deixando de criar e desperdiçam todo seu tempo em copiar músicas de bandas que se não estão no “Mainstream”; já acabaram há muito tempo. Sem mais delongas e sem tentar entender o paradeiro de todos aqueles eventos que outrora aconteciam na capital, vamos viver nosso momento de ascensão, onde festivais vêm acontecendo periodicamente, onde bandas qualificadíssimas de nosso estado e de estados vizinhos enchem nossos olhos e ouvidos e nos fazem felizes por dias lembrando-se “daquele” festival e nesse caso do 1º Metal Destruction. O Trincheira estava lá marcando presença. E claro tudo nos surpreendeu muito, chegamos à cidade por volta das 20h30min. A movimentação ao redor do “Espaço Multe Eventos” já estava intensa com muitos bangers lotando os bares e um posto que fica próximo ao local. Como a cidade é no interior, os curiosos (inevitáveis), já ajudavam a movimentar o perímetro, olhando confusos e ao mesmo tempo fascinados com todas aquelas pessoas que em sua maioria trajava de preto. Eu já conhecia o espaço, a uns dois ou três anos toquei por lá com uma banda de Blues, mas na ocasião a organização foi totalmente diferente, um desrespeito assim dizendo para com todos os músicos e bangers que ali compareceram. Para nós que fizemos um som mais “simplificado” o equipamento que nos foi cedido era o suficiente, mas para as demais foi bem difícil lidar com a qualidade péssima do som. Dessa vez o JhonLucian e o Helber, ambos organizadores fizeram questão de procurar um som com no mínimo, creio eu, do solicitado pelas bandas. A qualidade tanto no palco quanto para a platéia estava ótima. O local parece uma quadra de futsal, o telhado do lugar é uma cobertura de zinco muito alta o que provoca um eco muito grande, tendo uma acústica difícil de ser equalizada, mas graças à qualidade do som isso não pôde ser considerado um problema. Com mais ou menos uma hora de atraso o festival inicia, e não poderia ter começado melhor, a abertura do festival ficou a cargo da banda de Itabaianinha-SE, Corpsy, um power trio formado por: Marcelo Lima (Voz e guitarra), KledsonPriester (bateria) e Vinicius (Baixo),os caras fazem um DeathMetal técnico muito bem feito, mesclado com muitos elementos do Heavy tradicional e do Power Metal. Eles conseguem fazer um som muito complexo sem deixar lacunas e tudo isso executado com muita competência. Tocar Death Metal já é muito difícil, ainda com tantas mesclas e com apenas três pessoas é no mínimo muita ousadia eu diria assim. Fomos agraciados com musicas autorais e com alguns covers, por sinal muito bem executados e que fizeram os bangers irem ao delírio. É muito difícil à primeira banda de um festival local ter a aclamação que a Corpsy teve, eles estavam inspirados e acabaram passando aquela energia pra todo o público, e é assim que tem que ser. E não subir no palco se achando os “bambambans do Metal”. Carisma, humildade e simplicidade juntamente com muita técnica foram o que marcou o show da Corpsy. Sem muito atraso logo após a Corpsy quem sobe ao palco é a Tchandala, umas das principais bandas de Metal do nosso estado. Representantes fiéis, que há 15 anos estão na incessante luta pelo Rock/Metal. A Tchandala que há poucos meses também tocou em Paripiranga-BA, lançando por lá o seu single “One Billion Lights”. O single trás a música “One Billion light”, que por sinal é muito bem acabada e possui uma linha de metal melódico. A quem diga que a musica já é um “hit” da banda e que sem duvida não pode faltar em nenhum ao vivo. Em Boquim a banda tocou na integra o seu também recém lançado álbum: “Fear of Time”, mais precisamente em Setembro pelo selo da MS Metal Records. O show foi muito bom, essa fase da Tchandala tem sido um marco tanto pra banda como para os fãs, em todos os termos. Dejair (vocal) esta em sua melhor fase, explorando mais e sabendo impor os limites de sua voz, a presença de palco é indiscutível, o cara sabe interagir com o público, cativa pra caramba. O Sandro (baixo) como sempre com seus movimentos “Trues”, alá Joey Demaio (Manowar), agrada a todos e faz com que todo mundo pense diferente em relação aos baixistas “paradões” de outras bandas, o cara além de mandar muito bem nos graves, manja em presença de palco. Pablo Rubino (Bateria), o canhotinho, toca muito e dispensa comentários, a linha de bateria das novas músicas está muito bem elaboradas, competência pura, tudo bem audível como a batera tem que ser. Sobre o Thamise (guitarra), tiveram solos que vou confessar deu pra arrepiar, um exemplo de solo muito bem feito e com muita emoção foi o executado antes da esmagadora “One Billion Lights”. Sobre o Tony Souza, todo mundo reclamava e sempre ouvir falar que o teclado era muito exagerado nas antigas músicas do Tchandala, mas de alguns tempos pra cá a coisa começou a ficar mais sutil e muito mais madura, essa “sutileza” criativa, diria assim, veio junto com o crescimento geral da banda, o teclado esta muito mais interessante, ousando mais, porém com mais cautela. Eu poderia dizer que aTchandala esta pronta para o que der e vier. As músicas tocadas foram: FEAR OF TIME, BEYOND THE POWER, THE VISION OF A BLIND MAN, ENEMY OF MANKIND, THE END OF LIFE, ANGEL, REVENGE e ONE BILLION LIGHTS. A terceira banda da noite foi a Rage Steel banda formada de uma mescla entre músicos da cidade baiana de Paripiranga e a cidade sergipana de Lagarto. Conta em sua formação com Junior Kaveira (guitarra), Marcelo Pacheco (Guitarra), Allan Carvalho (vocal), Ivo Leonardo (baixo) e Wagner Carvalho (bateria). Eu diria que a principal banda ou a que melhor representa a cena da região hoje é a RS, a banda vem ganhando uma autonomia muito grande além de tecnicamente estar sempre evoluindo. Sim é uma banda que ainda em seu setlist trás muitos e bons covers. Mas vem se esforçando bastante na produção e criação de suas composições, e um exemplo disso foi a muito bem executada “Releasing you Rage”, música que em seu contexto trás inspirações desde Testament ao Pantera. A tendência que a banda esta seguindo é bem visível, eles seguem muito bem o Thrash Metal da “BayArea”. Tanto nos covers quanto em suas músicas próprias. E o repertorio da noite não foi diferente, foi recheado de clássicos do Thrash que fizeram a galera ensandecer na roda e no mosh Pit. As músicas foram: Creeping Death (Metallica), Domination (Pantera), Bonded by blood (Exodus), Paranoid (Black Sabbath) ,Releasing your Rage (autoral), Black List (Exodus), Mouth For War (Pantera), Independent (Sacred Reich), Seek and Destroy (Metallica), Master of Pupets (Metallica), For Whom the Bell Tolls (Metallica), Raining Blood (Slayer). A banda esta em uma fase de crescimento onde qualquer deslize pode estragar todo o trabalho suado de todos esses anos de luta, então firmeza nas ideias e pés no chão, assim a banda conseguira resultados bons de verdade, não à ilusão de ser Rock Star da noite pro dia lançando um single ou uma “demo” de qualidade “vagabunda” e tentando se auto afirmar só por que lançou algo. Steeltrigger foi à quarta banda da noite. Banda de Feira de Santana-BA que por ventura tivemos a oportunidade de conhecer no festival 7º Boqueirão em Cicero Dantas-BA, no inicio desse ano. A banda segue um estilo Heavy Metal tradicional inspirado visivelmente pelo Judas Priest (fase Painkiller). O desempenho de palco, vestuário, simplicidade, humildade os caras tem de sobra, tocaram apenas dois covers que foram; “Metal Gods” do Judas Priest e Man On The Edge (Iron Maiden). O restante das músicas foram todas autorais: Baseball Furies, Gammercy Riffs,Under Heavy Fire, Turnbull Ac’s, Brothers Of Heavy Metal, In Metal We Trust, Rogues, Death Of Cyrus e Warriors. A banda conta em sua formação com: Diego Krugger (vocal), Alexandre Damas (guitarra), Robert DomMock (baixo), Paulo Sérgio (bateria) e Arnaldo Alves (guitarra). Recentemente a banda lançou sua demo “Under Heavy Fire” e já esta correndo para lançar o álbum conceitual que se chamará “Heart Of The Streets”, baseado na historia do filme “Warrios os selvagens da noite”. Fica bem visível a criatividade e esforço da banda, mas ainda ha quem diga que esta faltando alguma coisa. Só nos resta esperar e acreditar no trabalho deles, e que encontrem o “Q” que esta faltando. Oriundos de Lagarto-SE, a banda Tribal Engine que recentemente lançara sua demo, começando a passagem de som lá pelas 3h:30min a.m com a música “Stand alone” tirada do álbum Some thing wicked this way comes (ICED EARTH, maior influencia do grupo), que levantou o público presente, depois de 4 ótimas apresentações anteriores, das seguintes bandas: (Corpsy, Tchandala, Rage Steel e a Steel Trigger), assim então, prosseguiram o set list com: Rain of fire (música autoral), power metal bem executado! Logo em seguida “Phobia” do Kreator, tirada do álbum “Outcast”, não muito aclamado pelos fãs mais antigos da banda alemã, a próxima foi “Desertrain” tirada do segundo álbum também do (ICED EARTH) “Night of the Storm rider”. Mandaram mais uma das próprias: “Until the end”, que fora seguida por covers do Nevermore e Mercyful Fate: “Inside Four walls” e “The uninvited guest”, respectivamente, no momento mais suave do show, rolou “Watching over me” também tirada do álbum “Something wicked this way comes” (ICED EARTH). Voltando ao trabalho dos caras, tocaram o petardo “Syndicate of hate” e “Tribal roots”, músicas que demonstraram a proposta musical da banda! Seguidas da clássica “Territory” dos mineiros do Sepultura! Havíamos chegado à reta final do evento com mais um trabalho deles: “Suddenanomy”, e o clássico do Kreator faixa título do álbum: “Violent revolution”, pra encerrar a noite com muita adrenalina. A banda conta em sua formação com; AlannDarkman (Vocal), Rodrigo Bonffin (Guitarra), Diego Karsvolin (Bateria), Carlos Enrique (Guitarra) e Clécio Reis (Baixo). Enfim, quem pôde ficar ate o final do evento, saiu de lá satisfeito, não somente pelo show da Tribal, mas por todo o festival. A única nota negativa foi a desistência de ultima hora da banda Slavery que não pôde marcar presença por motivos internos da própria banda. No mais o evento foi o melhor que se pode imaginar. Que venham outros. Resenha e fotografias por Aldo Dultra com exceção das duas ultimas fotos Revisão e Edição por Elisio Cristovão Agradecimento especial a Danilo Reis por contribuir conosco na parte da resenha sobre a banda Tribal Engine, toda a parte direcionada a banda ficou a seu cargo. FONTE: http://trincheirarockmetal.com.br/2012/10/22/1%C2%BA-metal-destruction-resenha/

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