Resenha do "Fear of Time" no Programa de Rock - Por Sílvio Campos

As melodias, a musica em si, rápida, bruta ou melódica, me diz se aquilo que estou a escutar é verdadeiro. Digo isso porque sentimos se esta musica, seja ela de qual tipo for, está sendo interpretada/executada com emoção e sentimento. Comigo é assim. Ao colocar o álbum “Fear of Time” do vitorioso, persistente e verdadeiro grupo Sergipano de Heavy Metal Tchandala escuto de cara “One Billion Lights”, uma música com referencias bacanas como se mostra ao iniciar-se, algo lembrando o Saxon, e então percebo o sentimento contido nesta musica ao passo em que ela se desenvolve. As guitarras excelentes e os backing vocais nos remetem a bandas como Jorney e Asia. A voz de Dejair, agora mais amaciada e mais elaborada, nos emociona na interpretação. Esta será sempre um clássico da banda e uma das melhores composição da mesma, excelente refrão, emocionando e fazendo você não esquecer mais.
A execução das musicas sempre com o acompanhamento e arranjos de teclados por Toni não deixa o álbum menos Heavy Metal e isso é uma coisa que acontece com diversas bandas ao adotar os teclados em sua musicas. No caso da Tchandala este elemento ficou muito incorporado. Na segunda faixa, “Beyond The Power”, a banda mostra mais ainda a riqueza desse trabalho. Destacável demais o riff incrível da guitarra, as narrações de Erico G., para meu gosto o uso dos dois bumbos nesse momento inicial da musica trava um pouco o andamento, mas nada que comprometa.
Em “The Vision Of Blind Man” nota-se a sinfonia rock da banda, grandiosa, e mais uma vez o uso inicial dos dois bumbos fica prá mim uma sensação de que a banda não desenvolve o que a música pede, até que em seguida ela se abre em uma velocidade perfeita e a bateria fica perfeita, nota dez, uma pegada empolgante. A letra casa muito bem com a sonoridade e, claro., letras bacanas, isso é Tchandala e convidados enriquecendo essa bela faixa, os teclados viajantes, o baixo de Sandro aparecendo de forma mais clara pois ao decorrer do álbum deveria ter um ganho maior. A quarta faixa, “Enemy Of Man Kind’, considero uma das mais difíceis do álbum no que diz respeto à interpretação. Exige o Maximo do Dejair , mais uma que tem refrões que são um ponto marcante da obra e ainda a perfeita participação de Daniel Pinho muito bem incorporada. Em seguida uma musica muito significativa no álbum, e é aquela que você sente desejo em cantar: “Time And Of Life”, que considero a mais pesada do álbum sem deixar de ser metalzão. Soa clássica e vai mais uma participação em voz de Dan Loureiro, por sinal muito boa também. Agora temos “Fear Of Time” dando titulo ao trabalho árduo da Tchandala e é claro não poderia ser menos entusiasmada, prá cima, sentimento na interpretação, que é algo que está se tornando uma marca de Dejair. Nesse aspecto posso dizer que meu amigo superou tudo que ele já fez - sutileza e garra juntos. Continua a cozinha de Pablo e Sandro, bateria e baixo respectivamente colados e aveludados pelo teclado de Toni, fodaço!!!! As guitarras tem prá mandar pras cucuias, indiscutivelmente a Tchandala enriqueceu muito seu som no que diz respeito linhas de guitarra. Temos em seguida o que se chama de balada viajante, achei o arranjo inicial de uma perfeição incrível. “Angel” é, prá mim, o diferencial desta musica. Sem esse arranjo talvez soasse uma simples balada. Finalizando o trabalho temos “Revenge”, Heavy Metal na cara cheio de técnicas e tempos elaboradissimos com elementos tradicionais, uma musica muito trampada. Agora é acreditar que a velha Tchandala, doa a quem doer, é uma historia viva da musica rock e, mais especificamente falando, do Heavy Metal, em Sergipe e no Brasil. Obrigado à banda por provocar em mim o desejo de escrever algo! Vida longa, e que a persistência e o slogan punk “Faça você Mesmo” continue rondando sua existência, pois eu sei muito bem que essa é uma banda que corre atrás dos seu desejos e faz sua própria historia com suas próprias mãos. Silvio Campos (Zine Microfonia) O CD da Tchandala está à venda na Freedom. A Freedom é a loja de Silvio, e fica na Rua Santa Luzia, 151 - centro - próximo à Catedral Metropolitana. Em Aracaju. Silvio, além de proprietário da Freedom, faz blues e rock há cerca de 30 anos publicando fanzines e tocando e cantando com as bandas: Karne Krua Veneno de Cobra Máquina Blues Words Guerrila Cruz da Donzela Casca Grossa Tempestuous Sublevação Logorréia etc FONTE: http://pdrock-sergipe.blogspot.com.br/

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